Limites

Endrick foi o melhor jogador brasileiro do ano passado. Antes dos 20 anos já foi vendido para o clube mais rico do planeta. E, muito provavelmente, para ser reserva de luxo numa equipe já repleta de galácticos. Isso demonstra o fosso econômico entre os clubes do sul global e os europeus. Entretanto, para mais além do que esta distância significa, está o perigo do poder econômico destruir as bases do esporte mais popular do mundo. Se não for colocada uma cláusula de fair play financeiro para a compra e para o orçamento de futebol dos clubes o poder econômico vai destruir o que ainda resta do futebol. A existência de superpotências futebolísticas, como o Real Madri, depõem contra a lisura do jogo, a paridade de armas e a disputa livre; além disso tem a possibilidade de estragar o futebol como disputa esportiva, sendo relegado apenas a um embate por quem tem mais dinheiro. Medidas semelhantes precisam ser adotadas no Brasil para evitar que os clubes milionários do eixo não fiquem ganhando campeonatos eternamente, deixando os clubes mais pobres da periferia como meros coadjuvantes. A primeira ação essencial será mudar os contratos com a TV e não permitir que a audiência seja elemento determinante, pois ela produz um efeito deletério de retroalimentação: mais torcedores -> mais visualização na TV -> mais dinheiro -> mais torcedores. Essa modelo leva rapidamente à espanholização do futebol e, no futuro, à sua morte.

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