Existe uma diferença marcante e um fosso BRUTAL entre os futebóis da América e da Europa atuais, e isso se deve à questão econômica. Forma-se um ciclo virtuoso que premia o primeiro mundo e penaliza o terceiro. Quando a gente assiste Real x Barcelona achando que estamos assistindo “futebol de qualidade” em verdade estamos gastando nosso dinheiro (via anunciantes) para financiar os times europeus.
Ninguém na Europa assiste Libertadores e muito menos o campeonato brasileiro, mas nós assistimos o campeonato inglês, o francês, o italiano e principalmente o Espanhol. Tem criança no Brasil que já ouviu falar do “Albacete” mas não conhece o Olaria ou a Portuguesa (Santista, então, nem pensar). Isso é colonização cultural. Nossos jogadores de 15 anos, mal saídos das fraldas, querem jogar a “Xêmpions”. Querem ir embora do Brasil por causa do endeusamento e do glamour do futebol europeu. Querem dinheiro, fama e mulheres (não nessa ordem). Isso é triste para nós, mesmo sendo um sonho para eles.
Todavia, os responsáveis por esse desequilíbrio somos NÓS que assistimos as “bonecas” jogando em gramados lustrosos e maravilhosos, estádios de cristal construídos por bicheiros russos ou traficantes da Arábia. Vendemos nossos jogadores para o tráfico de mulheres da Ucrânia e o submundo do leste europeu. Ao invés de investir no futebol brasileiro compramos as transmissões europeias e criamos um padrão de irrealidade no nosso país.
Eu não assisto. Sou gremista e torço pelo meu time apenas; não tenho o “meu time na Espanha” ou “meu preferido na Premié Lig”. Que se explodam, que se ferrem. Esses caras exploram o futebol brasileiro e enriquecem às nossas custas, produzindo uma legião de torcedores de TV, ovomaltinos nutridos a leite de pera, criados pela vó, torcedores do Manchesti ou do Xélcea. Bostinhas!!!
Jogador do meu time que é vendido para a Europa deixa de existir para o futebol – aos meus olhos apenas. Não acompanho, não sei onde foi, não me interesso pela “carreira” e apenas esqueço.
Boicotar o futebol das “estrelas” certamente fortaleceria o nosso. Deixem que joguem o futebol bonito por lá, mas eu não aceitarei jamais contribuir para o encolhimento do futebol do Brasil.