Correto. Acontece que para chegar no pensamento as ideias precisam percorrer inúmeros filtros; não existe pensamento que seja a perfeita expressão do que você sente. Já a emoção brota de forma rebelde, livre e espontânea. Por isso o sujeito se revela de forma mais pura nas epifanias e nos paroxismos de medo, raiva e paixão. O terapeuta atento e isento de preconceitos precisa prestar a máxima atenção nestes episódios, e ter uma desconfiança radical com racionalizacões e autoavaliações que o sujeito produz. Somos mentirosos e dissimulados sobre nós mesmos; condescendentes e parciais. Na profundeza do inconsciente, onde impera a escuridão e o segredo, tudo é úmido, sujo, empoeirado e feio; porém, quando as ideias emergem à consciência aparecem penteadas e de banho tomado.
