Aconteceu agora. Toca o telefone que só as grávidas conhecem. Atendo imaginando quem poderia estar em trabalho de parto. Uma voz de mulher jovem me pergunta:
– Alô, é da casa do Tigrão?
Fico em silêncio por instantes. Não conheço a voz. Que dizer?
– Talvez, respondo eu.
– Como assim “talvez”?, indagou a moça.
Ainda sem saber direito o que dizer, respondi a ela:
– Minha flor, sempre sonhei escutar isso de uma mulher. Infelizmente não sou o Tigrão, mas agradeço por ter ligado.
Ela deu uma sonora gargalhada. Explicou que Tigrão é o seu pai, pediu desculpas ainda rindo e se despediu.
Tigrão. Ai, ai…
