
Nada me fará pensar diferente: uma sociedade está muito doente quando celebramos a morte de quem quer que seja.
Eu entendo a indignação com os assaltantes e outros criminosos. Ninguém é obrigado a ficar impassível diante da violência. Entretanto, a solução NUNCA será o extermínio simples. Para cada criminoso morto outros mais surgem para ocupar essa vaga. A sociedade não fica mais segura apenas porque matamos estas pessoas. Vivemos em uma sociedade que PRODUZ criminosos de forma industrial por causa de um modelo econômico excludente e cruel. Matar gente, usando uma lógica higienista, não produz benefício algum.
Isso explica porque um país rico e excludente como os Estados Unidos têm mais de 2 milhões de pessoas presas enquanto a Suécia – inclusiva e igualitária – está fechando suas prisões por falta de demanda. Isso também fica óbvio ao vermos que a aceleração do encarceramento promovida nos últimos governos não foi capaz de diminuir a criminalidade e nem a sensação de insegurança.
Criar um estado policial – mortal e matador – só piora a indignação e o ressentimento dos excluídos. E não esqueça… quem morre é SEMPRE o pessoal preto e pobre das vilas e periferias, e nunca o branco criminoso de sapatênis dos bairros ricos.
Nosso sistema jurídico faz parte desse apartheid social que criminaliza e extermina os pobres
Ótima e necessária reflexão. Sempre palestrei muito sobre o tema em oficinas de Direitos Humanos, e como disse Michael Foucalt, “é impossível a detenção punitiva resocializar alguém ao suplantar a liberdade”.
É bem interessante, tal abordagem, no livro / ebook “BARATA, O ALIMENTO”, inclusive ✊🏾☺️
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