Esquerda festiva

Eu fui um dos que nunca engoliu o discurso direitista de ambos. Houve um tempo em que atacar Olavo de Carvalho, Temer, Bolsonaro e o bolsonarismo era visto como o selo de qualidade do esquerdista. Fomos enganados por figuras como Karnal, Prioli e Bugalho e outros menos importantes, fazendo-nos crer que seu combate aos fascistas tinha conteúdo revolucionário. A foto de Karnal elogiando o juiz Moro e os ataques sistemáticos de Bugalho aos socialistas mostraram sua verdadeira essência: pensadores sem criatividade que surfaram na onda da luta contra os golpes que atingiram o Brasil vindo das franjas mais reacionárias da nossa população. Hoje a gente percebe que a turma da esquerda liberal, que cultua o “fim da história”, que acredita na potencialidade do capitalismo, que usa teses moralistas para atingir os bilionários (ao invés de olhar a estrutura que os cria e sustenta) e que prega a “reforma íntima” (e não sistêmica) para a cura da iniquidade, são os mais fiéis combatentes contra o projeto socialista e de qualquer outra reforma estrutural na sociedade capaz de produzir reais transformações na distribuição de renda. Esses personagens midiáticos são a esquerda que a direita gosta, promove e estimula. A cena constrangedora que apareceu essa semana na Internet demonstra que o que eles sempre quiseram era essa exposição chula e as luzes da ribalta, em especial dos identitários. Essas pessoas deveriam ficar onde seria mais justo: na direita, onde suas teses serão sempre acalentadas e aceitas.

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