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Terra lisa

Nossa terra sem a água…

Na verdade é apenas uma imagem bonita, mas totalmente irreal. As proporções são absurdas, e a imagem serve apenas como forma de mostrar o relevo, de forma didática, mas sem nenhuma conexão com a realidade. Seria impossível ver qualquer relevo nessa esfera. Vou deixar aqui a seguinte informação, que apesar de surpreendente, é a mais correta possível: “Se a terra fosse reduzida ao tamanho de uma bola de bilhar e retirada toda sua água ainda assim ela seria mais lisa que uma verdadeira bola de bilhar”.

Pensem…. o maior pico da terra tem 8km de altura, e a maior depressão do oceano por volta de 10km de profundidade. Já o diâmetro da terra é superior a 12.700 km. Ou seja: as imperfeições da superfície teriam um milésimo do diâmetro da bola de bilhar. Seriam, desta forma, imperceptíveis. Imagine uma bola dessas de fisioterapia com 1 metro de diâmetro, uma esfera que atinja até a sua cintura. Pois nessa Terra, reduzida ao tamanho dessa bola, o Everest teria o tamanho de um grãozinho de areia, ao redor de 1 milímetro. Numa bola de bilhar ele seria microscópico e imperceptível. Com isso dá para ter noção do quão lisa a Terra é…

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    Belezas

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                                                                                                                                                                                 Cada dia se torna mais necessário fugir dos padrões obtusos e coisificantes que massacram a vida das mulheres, impondo regras de cintura e busto com a mesma crueldade com que há bem pouco tempo – já no século XIX – a cultura esmagava e deformava os pés das pobres chinesinhas com seus sapatinhos de madeira. Talvez uma das formas mais dramáticas e criativas de se contrapor às imposições estéticas seja escolher enxergar a beleza nessas mulheres, simples, comuns e imperfeitas, mesmo quando os padrões atuais apontam para outro lado. Em plena vigência da maior liberdade jamais conquistada pelas mulheres, elas continuam seguindo padrões impostos pela cultura sobre seus corpos. Não fosse assim não teríamos bulimia e anorexia, que levam à morte meninas em todo o mundo aos borbotões, criando para a própria medicina um problema de saúde pública.

    Na sociedade ocidental, a Barbie é um padrão doentio e inverossímil, mas que ainda acalenta o sonho de muitas adolescentes. O sofrimento delas com os seios perfeitos, a bunda empinada, o nariz de Deneuve, o queixo delicado e até (pasmem!) os lábios vaginais é preocupante, porque estas jovens mulheres MORREM quando esses objetivos tão absurdos não são alcançados. Mesmo com tanta autonomia alcançada, mulheres ainda são prisioneiras de um corpo que se vende ao olhar do outro, a ponto de mutilarem-se em busca de uma aprovação. E essa escravidão aos padrões de beleza é tão perniciosa quanto mais inconsciente e imperceptível, obedecendo uma ideologia que “está lá mesmo que não tenhamos conhecimento dela”.

    Onde mora a beleza, afinal? Ela mora nas dobras da retina, no brilho vítreo de uma mirada, nas espaços de tempo que separam um piscar de olhos, e na chama que aviva a imagem que lhe chega. A beleza habita no olhar de quem vê com o coração. As imperfeições são o que as mulheres tem de mais perfeito. Lindas, todas, pois qualquer mulher se torna bela diante dos olhos de quem a ama.

    (O texto acima foi inspirado na mostra fotográfica “Um nu honesto; mulheres lindas com suas imperfeições” do Instituto Maria Preta, e pode ser acessado em aqui

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