Lembrei agora que há poucas semanas ativistas indignados(as) queriam colocar nas masmorras um sequelado cerebral que se masturbava em público. Como não existe um movimento forte de apoio aos doentes mentais ele foi massacrado sem perdão nas redes sociais. “Crime hediondo”, “pena de morte” e “prisão perpétua” foram usados para descrever o ato e punição merecida para o crime de espalhar sêmen corrosivo. Seu pênis foi comparado a uma arma apontada contra a cabeça de suas vítimas. Toleramos esses exageros em função de nossa culpa patriarcal atávica com relação às mulheres.
Defender a “moderação” nos linchamentos é visto como um ato de condescendência com o crime. Triste realidade.
Quanto a soltar o homem após o flagrante o juiz agiu certo diante da lei, pelo menos na opinião de muitos juristas. Talvez tenha faltado bom senso, todavia, o massacre foi sem dúvida absurdo e desproporcional. Faltou empatia com o outro lado da história por parte de quem exige isso todos os dias.
A solidariedade com as vitimas não teve uma contrapartida de compreensão com a situação dramática da vida do agressor e sua doença. O rapaz acabou pagando por ser homem e doente em uma sociedade que não perdoa mais nenhum destes crimes.
