No Texas, com Vitor e Bebel

Uma tarde de julho de 2011, na modorrenta cidade texana de Austin, eu trafegava na Capital of Texas Highway com minha filha Bebel Jones, de volta de Barton Creek Mall e em direção ao Barton Springs Swimming Pool, local ideal para nos refrescarmos do calor escaldante do verão texano. Ao passar exatamente pela ponte da I360 – um dos mais bonitos cartões postais da cidade de Austin – o locutor da rádio da UT – University of Texas – anunciou a próxima música a ser tocada. Disse que essa canção era do sul do Brasil, de um local próximo da Argentina, uma cidade chamada “Porto Alegre”. Ao ouvir a nossa cidade ser comentada com um sotaque anasalado texano eu e Bebel pulamos do assento. “Quem será?”, pensamos em uníssono mental. Quem estaria ali conosco, no Texas, representando a arte do sul do Brasil? Lupicínio? Alguma música regional? Música de gaudério?

Ele continuou sua fala elogiando o intérprete e compositor, chamando-o de “grande talento da música brasileira”. Finalmente nossa angústia chegou ao fim, e ele disse o nome do autor da próxima música. Eu e Bebel sorrimos ao ouvir o nome óbvio, dito pela voz enrolada do “speaker”. Sim, só poderia ser Vitor Ramil, e a música escolhida foi “Livro Aberto” do seu CD Satolep Sambatown. Abri o vidro do carro e coloquei a música no volume total. “Escutem, gringos, a música do Brasil!!”. Grande emoção, como se um pedaço dos meus valores e lembranças viesse me encontrar em um local distante através das ondas e da sonoridade de um rádio.

Esta é a Pennybacker Bridge em Austin, Texas, que passa por cima do Lake Austin. Eu me emociono sempre que passo por sobre ela, também porque me lembro da canção do Vitor Ramil e da companhia da minha filha Bebel Jones.

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