Cunha aceitou o pedido de impedimento da presidenta Dilma, mas só o fez em desespero de causa, porque percebeu que a pressão contra ele está aumentando e se tornando insuportável. Ele está acuado, como um animal sendo caçado. Seu ataque é a demonstração inequívoca do seu desespero.
O Brasil terá que fazer uma escolha difícil. Extirpar Cunha da câmara é uma necessidade moral, para que um falsário e chantagista não seja a imagem do que significa política no país. Ele precisa pagar por uma vida inteira dedicada à corrupção. Por outro lado, levar adiante o impeachment significa criar uma tragédia política que vai arranhar a imagem do país por muitos anos. A quebra da normalidade democrática através do golpismo óbvio dessa atitude fará o Brasil emparelhar-se ao Paraguai em termos de maturidade política.
Se a vingança dos perdedores levar a cabo a saída da presidenta e o desprezo pelos 54 milhões de votos que a sustentam eu temo por uma grave divisão nacional e até uma guerra civil. A classe média de um lado e os excluídos de outro. Não será bom para ninguém. O “terceiro turno” será violento e amargo
