“O Currículo Lattes é uma espécie de embarcação meritocrática que facilita a navegação no oceano universitário das vaidades.” (autor desconhecido)
E daí que as pessoas com insuspeita frequência usam o Lattes como instrumento fálico, ao estilo “o meu é maior que o teu”. Para muitos o tamanho do seu currículo é mais importante do que a relevância, significado e abrangência de sua obra. A crítica não é à ferramenta, mas ao uso que se faz dela. É o apaixonar-se pela representação da coisa mais do que com ela mesma. É usar uma moeda acadêmica de pouquíssimo valor prático, mas de altíssimo valor no universo fechado da academia.
É como chegar numa ilha perdida do oceano Pacífico e ver que as castas locais são estabelecidas pelo tamanho do altar ao Deus supremo da ilha. Se você disser “que diferença faz um altar de 2 ou 3 metros?”, eles responderão: “Para nós é a diferença entre uma vida digna ou uma existência insignificante“.
Lembrando: a crítica não é assistência da academia e nem à plataforma Lattes, mas tão somente lembrar que o Lattes deveria ser apenas uma representação e não o FOCO do acadêmico; a imagem da “coisa”, e não a “coisa” em si.

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