
Se é verdade que “os cabelos brancos são bonitos, mas são tristes” eu vou mais além e digo que a velhice é bela porém lúgubre, e a nostalgia nada mais é do que a saudade de um mundo menos belo, mas cuja esperança o tornava mais feliz. A tristeza da velhice é a desilusão; a alegria da juventude é imponência das fantasias.
Carolina de Mont’Alverne, “Manuscritos da Guerra”, Ed. Shapiro, pág 135
Carolina Amaral de Mont´Alverne é uma poetisa maranhense, nascida em Imperatriz em 1950. Alfabetizou-se aos 18 anos de idade através do Mobral – Movimento Brasileiro de Alfabetização – tendo concluído o ciclo secundário com a idade de 25 anos através do “Artigo 99”. Entrou para a faculdade de Letras logo a seguir e começou a escrever poesias assim que tomou controle das letras e das palavras. Publicou seu primeiro livro de poesia chamado “Vitupério” através de uma produção caseira, com mimeógrafo e “stencil”, distribuindo as cópias entre amigos, colegas e professores. Depois foi convidada a participar de coletâneas com escritores iniciantes até que pôde lançar seu primeiro livro oficial, “Imperoza” em que apresenta sua poesia romântica entrelaçada com o ambiente semiárido de sua região e sobre a Reserva Biológica do Gurupi, o que restou da mata Atlântica no Maranhão. Escreveu “Manuscritos da Guerra” como uma série de poesias sobre a fome, a falta de recursos, o abandono e os preconceitos de classe com as populações do interior do nordeste. Mora em São Luis, é casada e tem 4 filhos.