
Uma das questões aqui na aldeia sempre foi que as esquerdas perderam a disputa pela hegemonia discursiva entre as seitas evangélicas, onde a direita e os fascistas “nadam de braçada”. Todavia, resta a questão: deveriam as esquerdas mergulhar no mesmo poço de falsidades, mentiras, mistificações, estelionato da fé e sonegação dos tele-evangelistas para disputar este terreno discursivo e estes eleitores?
Seria justo e eficiente abrir mão de convicções essenciais da esquerda – direito ao aborto, diversidade, educação sexual, estado laico, etc. – para invadir e conquistar o universo dos pentecostais? Não seria esta estratégia uma contradição em si? Seria lícito apostar na exploração maniqueísta da fé para depois propor uma sociedade complexa e cheia de contradições? A batalha deveria ser – mimetizando as redes sociais – pelo conteúdo ou pelos likes? Debate profundo ou lacração?