Terêncio nos deixou como seu maior legado a ideia, profundamente humanista de que “O que é humano não me é estranho”. Ali na solidão dos meus pensamentos, olhando a imagem refletida no espelho, vejo todo horror e toda a transcendência. Em mim habita a escuridão e a luz do que nos faz humanos. Em cada célula do meu corpo dorme a poeira das estrelas, a qual divido com todos os meus irmãos. O que é do homem a mim pertence.
Jean de la Meirie, “Ettoiles”, Ed. Printemps, pag 135
Jean de la Meirie foi um escritor francês nascido em 1717 na cidade de Avignon – França, que já foi a capital da Igreja católica na idade medieval. Jean cresceu entre as muralhas medievais que protegiam o papado e que ainda cercam o antigo centro, onde ficam bons restaurantes e hotéis. Filho de comerciantes de carne defumada, ele frequentou o seminário mas desistiu da vida eclesiástica. Conheceu o matemático e físico francês Jean Le Rond d´Alambert que desenvolveu as primeiras fases do cálculo, formalizou a nova ciência da mecânica, e foi o editor de ciência da Enciclopédia de Diderot, e junto com Voltaire eles foram personagens centrais no iluminismo na França. Esse encontro foi um divisor de águas na vida de Jean de la Meirie, e o fez se dedicar à teologia e à filosofia. Escreveu “Quatuor gradus angelicorum” (As Quatro fases Angelicais) e “Amorem, ac in Deum pœnitentiam” (Amor, Deus e a vida em penitência) e livros de poesia sacra em francês, como “Ettoiles”. Morreu em Rocamadour em 1780