Lembram que Lula, depois de terminado seu mandato, foi acusado de fazer lobby para empreiteiras brasileiras na África? Sobre isso se disse que ele recebia “propina”, e que até as palestras de Lula na África eram falsas e não passavam de fachada para “corrupção”. No processo não apareceu nenhuma prova, nenhuma evidência, nenhuma materialidade. Nada.
Agora o vice-presidente em exercício vai até Angola defender uma EMPRESA PRIVADA milionária que comercializa serviços religiosos cujos dirigentes estão envolvidos em crimes que variam de lavagem de dinheiro até sequestro de crianças e esterilização forçada. Sobre isso, o que diz a imprensa corporativa?
Pergunto: qual a contrapartida que o vice-presidente está ganhando para este serviço prestado à empresa Universal? Como podemos admitir que esse lobby para uma iniciativa comercial particular seja pago com dinheiro público?
Quando Lula divulgava empresas brasileiras no exterior – como Obama, Merkel e qualquer mandatário – e exportava força de trabalho e tecnologia para fora de nossas fronteiras isso era considerado corrupção. Quando o vice-presidente defende no exterior uma Igreja que explora a fé de pessoas pobres achamos normal e não tratamos isso com o escândalo que merece.
Gostaria de saber porque a diferença de tratamento…
PS: em contrapartida, foi um prazer ver o presidente de Angola colocando o Mourão no seu devido lugar. Independência e autonomia se faz assim.