Chorar por um golfinho ou uma baleia mortos na praia é um sentimento nobre; já saborear um atum não causa nenhuma crise de consciência na imensa maioria de nós. São todos grandes animais aquáticos, mas um deles não desperta empatia. Por quê?
Não é “amor aos animais” o que nos faz sofrer por eles, pois amamos apenas alguns. Cães, gatos, cavalos, baleias, golfinhos, mas jamais ratos, baratas, mosquitos, gambás, cobras e escorpiões. Nossa seletividade ocorre porque nosso amor é por nós mesmos, pois nosso sentimento só se revela quando é possível SE VER no animal. No fundo é a identificação quem determina o afeto.