Muito maravilhoso participar de um painel no Dia Internacional da Mulher com ativistas dos direitos reprodutivos e sexuais de tantos países, em especial da Índia e do Irã, onde a cultura nos parece tão diferente. Entretanto, quando vemos a questão do parto e nascimento percebemos que temos problemas semelhantes na luta pela autonomia das mulheres.
Já dizia Max “O parto é um fenômeno da cultura que ocorre no corpo das mulheres”, mostrando que a nossa relação com o que nos cerca é dialética. “Não existe sujeito sem cultura e nem cultura sem sujeito”, diria o mestre de Freiburg, e desta forma o parto é o exato reflexo da cultura onde está inserido. Sociedades violentas vão produzir partos violentos, que estimularão o surgimento de adultos aptos para reproduzir esta violência. O contrário também é verdadeiro: uma cultura de paz e respeito com as mulheres produzirá uma sociedade que cultua seus laços de fraternidade.
Mudar o parto demanda, portanto, transformar o contexto onde ele se insere, mas que melhor maneira para começar essa tarefa senão trazendo mais bebês marcados pelo imprint da dignidade e da humanidade resgatadas? Mudando o parto, mudamos a humanidade, e uma humanidade transformada trará a autonomia e a dignidade para cada nascimento.
Thanks for all my friends in the world conneccted by the passion for birth.