Espantalhos

A gente é o que é, mas também o que representamos para o outro. Posso imaginar o quanto deve ser assustador enxergar a imagem que refletimos na retina alheia. Meu maior pesadelo é ler, por descuido ou intenção, as anotações do meu analista e descobrir a ideia que meus sonhos, chistes, lapsos, atos falhos e piadas representam para ele. Talvez um monstro; quiçá um anjo, como saber? A verdade é que servimos como bonecos de palha, espantalhos de carne e osso que servem aos interesses de quem nos vê e ouve. Inobstante o que realmente somos, para estes teremos eternamente o papel de vilões ou heróis, cumprindo um papel único no seu imaginário.

Júlio Ortega y Molina, “La Cratera del Vulcano es tu Boca Húmeda – ensayos de amor” Ed. Capri, pág. 135

Julio Molina é um escritor, ensaísta, dramaturgo e professor em Lima, Peru. Nasceu na cidade de Chiclayo em 1948 tendo feito seus estudo em literatura latino americana na Universidade de Lima. Começou a escrever para um pequeno periódico ecossocialista da capital Peruana chamado “Madre Tierra”, com a temática dos direitos humanos, socialismo, reforma urbana e os direitos das populações originárias. Seu primeiro livro foi sobre o Comandante Marcel, combatente capturado do Sendero Luminoso em 1980. O livro chamado “A Voz Silenciosa da Floresta” (ed. Capri, 276 páginas) ganhou o principal prêmio de literatura do Peru e alçou seu nome no universo literário do país. “La Cratera del Vulcano…” é um livro que reúne crônicas sobre amor, erotismo e luta política. Juan Molina mora em Tarapoto, com sua mulher Maria Dolores. Tem dois filhos, Alícia e Juan Martin.

Publicidade

Deixe um comentário

Arquivado em Citações

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s