Há alguns anos atendi uma dentista, professora da UFRGS, que estudava a degeneração óssea em mandíbulas causada por medicamentos para “reposição de cálcio”, uma das modas médicas surgidas nos primeiros anos desse século e que, assim como a “terapia de reposição hormonal”, teve seu ciclo completo, da ascensão à queda. “Medical fads”, como devem ser chamadas. Foi a primeira vez que ouvi alguém criticando de forma contundente estas terapias, o que me ajudou a me afastar delas de forma definitiva.
Por outro lado era claro seu sofrimento com a pressão sofrida pela BigPharma e pelos seus pares, que apostavam suas fichas nessa perspectiva aditiva. Para quem cultiva olhos de ver e ouvidos de ouvir não era muito difícil perceber o quanto havia de interesses da indústria em transformar mulheres normais em “osteopênicas“, bombas ambulantes que a qualquer momento poderiam ter seus ossos transformados em farinha, caso não usassem a droga salvadora, o elixir mágico produzido pela tecnologia redentora. E ai de quem questionasse sua efetividade!!! Herege, traidor, arcaico, anti-ciência…