Não existem linhas retas na natureza, e as linhas do universo simbólico são necessariamente tortas. Entre um ponto e outro de nossa compreensão se entrecruzam fatores que as ciências exatas não podem medir. Se é verdade que não podemos creditar todos os eventos humanos às “artimanhas do inconsciente” (o mestre já dizia que muitas vezes “um charuto é apenas um charuto”) também é verdade que não podemos nos cegar às evidências de que as intencionalidades recônditas precisam ser encaradas com discernimento e coragem. Sem os antigos psicologismos, manifestos pela volúpia do “furor interpretans“, a visão de causalidade emocional pode nos oferecer múltiplas chaves para a compreensão dos enigmas do adoecimento. Mas não todas, por certo.