Vocês perceberam que as privatizações significam que as grandes empresas estruturais do Brasil saem do controle do povo e passam para a mão das elites financeiras? Isto é: se você achava que a conta da água, da luz, do gás e do transporte é alta, e o serviço é ruim, poderia entrar em um partido político, ascender ao poder e mudar as regras, melhorar o atendimento, qualificar os funcionários. Já quando a empresa é privatizada ela funciona no lucro, no dinheiro. Salário passa a ser “custo” e melhoria no atendimento será “despesa”. O cidadão deixa de ter acesso ao controle do servico; ele funciona pelos interesses do mercado e a vontade do cidadão será apenas um fator secundário.
Alguém lembra em quem votou na última eleição da Vivo? Ou da Vale? Não né….
Existem diversas formas de responder esta pergunta. A
primeira delas é reconhecer a profunda crise que atravessa a medicina
contemporânea. Sua trajetória dentro do capitalismo se mostra cercada de
profundas contradições, desde que percebemos a dicotomia entre os aspectos
éticos relativos à sua ação terapêutica, preventiva e paliativa e as enormes
pressões produzidas pelos lucros – muitas vezes estratosféricos – das empresas
que compõe esse setor da indústria. Existem inúmeras publicações que nos
mostram o descalabro da medicalização abusiva da vida normal, os efeitos
colaterais letais dos tratamentos, o valor pago pelo cidadão comum para
tratamentos de pouca resolutividade, os ganhos das empresas de seguro-saúde e o
decréscimo da autonomia do sujeito diante do gigantismo do discurso médico.
Peter Gotzsche
Um dos expoentes desta crítica é Peter Goetzche, um
dos criadores da Biblioteca Cochrane, onde ele compara as grandes empresas
farmacêuticas com organizações criminosas. Logo na introdução do seu livro “Medicamentos Mortais e Crime Organizado –
como a indústria farmacêutica corrompeu a assistência médica” ele faz uma comparação
dramática que nos obriga a questionar os rumos da medicina: “existem duas epidemias que o homem produziu
e que matam terrivelmente – o tabaco e os medicamentos sob prescrição”. Neste
livro ele descreve como as empresas de drogas escondem deliberadamente os danos
letais de seus medicamentos através de comportamento fraudulento, tanto na
pesquisa quanto no marketing e pela negação das acusações quando são confrontadas
com os fatos. Goetzche nos lembra da responsabilidade de muitos médicos na
prática pouco ética da prescrição de medicamentos desnecessários em vista de
benefícios para quem assina a receita, como férias pagas, estadias em hotéis de
luxo, jantares e e “lembrancinhas”, e nos alerta que, ao contrário do que a
propaganda massiva nos fazer pensar, o “único padrão da indústria é o
dinheiro”.
Marcia Angell
Ele não está sozinho nessa batalha. A escritora Marcia
Angell, primeira mulher a ser editora chefe da prestigiosa revista “New England
Journal of Medicine”, escreveu o livro “A
verdade sobre os Laboratórios Farmacêuticos” com acusações do mesmo calibre
do seu colega Peter Gotzsche. Neste
livro ela critica o mito de que o os custos elevados da pesquisa científica
colocam a necessidade de altos custos para os medicamentos, e lembra que a
maioria dessas pesquisas são feitas por instituições acadêmicas ou
governamentais, que recebem verbas públicas. Junto com estes autores muitos
outros apontam para os desvios terríveis que estão obstaculizando o combate à
saúde para todos. Ajustar os descaminhos da medicina é uma obrigação de todos aqueles
que se ocupam da saúde humana.
A segunda forma de explicar a razão de fazer um curso
de homeopatia é sua maneira especial de encarar o processo de adoecimento.
Muito mais do que produzir formas alternativas de tratar as doenças conhecidas,
a homeopatia se estabelece por um entendimento diferente dos processos que
levam ao desequilíbrio e à perda da homeostasia. A partir desse novo olhar
sobre o sujeito – compreendido em sua totalidade psicofísica – e suas doenças,
a homeopatia propõe um equilíbrio de dentro para fora, entendendo que qualquer
cura que se possa propor precisa passar pelo entendimento de uma unidade
complexa reagente composta de elementos físicos e psicológicos. A experiência
de mais de 200 anos com as formulações homeopáticas nos oferece uma excelente
possibilidade de curas suaves, sem os efeitos deletérios da intoxicação química
e sem os custos absurdos da medicina oficial.
“Todos
os homens cometem erros, mas um bom homem cede quando sabe que seu proceder
está errado e conserta o mal. O único crime é o orgulho.” – Sófocles, Antígona
Sófocles
É evidente que a medicina contemporânea fez muitos
avanços no que diz respeito às situações de emergência, em especial nos traumas
agudos, nas UTIs, nos transplantes e nos antibióticos, mas poucos avanços
ocorrem na cura efetiva de doenças crônicas. É claro que a homeopatia tem
limites muito claros, já que se vale da energia vital do próprio doente para
produzir uma resposta em direção à saúde. Por isso, reconhecer os LIMITES da
homeopatia é fundamental para estabelecer a confiança no próprio tratamento que
se propõe. No caso da gestação, trabalho de parto, parto e puerpério existem
plenas indicações para as condições específicas, mas é sempre essencial reconhecer
suas limitações de indicação.
A homeopatia, portanto, tem um lugar especial para os
transtornos do ciclo gravido-puerperal, em especial pela ausência de qualquer
efeito colateral negativo e a visão integrativa que propõe sobre os desafios
físicos e emocionais das gestantes e seus filhos.