
Sonhei que havia parido uma criança na Santa Casa. Eu mesmo. Parto normal, e não me perguntem como. Antes de sair avisei todos em casa que eu ia ao hospital e já voltava. O nome da criança era George, provavelmente em homenagem ao meu tio Eric George Jones que faleceu há poucos dias. Pari sozinho, sem auxílio, mas lembro do neonatologista me procurando com a conta após o parto, já que eu não tinha convênio. Saí do hospital carregando meu filho em uma espécie de Van e coloquei o bebê, ainda envolto em lençóis, ao meu lado com a ajuda de duas funcionárias antigas do hospital. Tentei colocar cinto de segurança nele, mas o cinto era grande demais.
Pensei: “Só mesmo um homem para não se dar conta que não dá para dirigir um carro com uma criança solta no banco”. Sim, a gente não tem esses gatilhos. Nesse momento, George começou a conversar comigo sobre assuntos diversos enquanto eu dirigia. A voz era de criança, mas os temas bastante complexos. A solução que ele encontrou para não virar no banco do carona nas curvas foi se levantar e me abraçar. Assim ele ficava seguro enquanto eu manobrava.
Não existe sonho que não seja pleno de conteúdos. Sonhar que estou parindo é um tema muito comum e renitente para mim, só que dessa vez eu lembro até de ter feito força. Depois do parto ainda revisei o colo uterino (???). Pela manhã, durante o café, disse o nome da criança para minha filha que está grávida (dã) e ela achou o nome meio “palha”. Achei interessante a crítica que, ainda dentro do sonho, fiz à falta de habilidade dos homens para coisas básicas, como deixar o bebê seguro quando vai dirigir, mas também achei importante o simbolismo do bebê lhe abraçar como forma de buscar essa segurança. Talvez a mensagem mais importante do sonho seja que não há nada mais forte para manter alguém seguro do que o afeto explícito que podemos oferecer.