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Sintoma

A função do sintoma não se esgota na ação sinalizadora – como no pranto infantil – mas vai muito além do que simplesmente nos avisar que alguma função está em desequilíbrio com o resto do organismo. O sintoma – do mais material ao mais etéreo – opera no sentido da homeostase, na busca dinâmica pelo equilíbrio, tentando alcançá-lo através das transformações metabólicas que produz na economia orgânica. Portanto, mais do que um aviso à nossa consciência, os sintomas operam ativamente na resolução da doença, seja ela qual for. A compreensão do sentido último da sintomatologia é a chave para o entendimento holístico do sujeito que sofre.

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Homeostase

As doenças/distúrbios/transtornos que as crianças manifestam é o que melhor conseguem fazer para a solução dos seus problemas – a maioria deles inéditos em suas curtas vidas. Por mais erráticos que possam ser os sintomas, eles representam a suprema luta da energia vital no sentido de promover a homeostase. O mesmo acontece com os adultos, porém a emergência dos mecanismos de adaptação racional oferecem uma amplitude maior aos mecanismos de defesa. De uma forma geral, qualquer doença tem essa característica: a tentativa de produzir adaptações psíquicas e fisiopatológicas às inúmeras agressões externas às quais somos submetidos durante o transcurso da vida.

Rabindranat Gupta, “स्वास्थ्य के पतले जाल”, (As Finas Teias da Saúde), Ed. Ganges pág 135

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A Erisipela de Bolsonaro

Confesso que já vi muito piores, algumas atacando a perna inteira, com bolhas e úlceras coalescentes. Todavia, eu creio que a erisipela é o que existe de mais saudável no Bolsonaro. Em verdade, o aparecimento de um sintoma como este num momento depressivo como o que ele está passando se configura como uma legítima válvula de escape para os conteúdos emocionais extremamente danosos para a economia orgânica.

Ou seja: a erisipela (e menos ainda o estreptococo) não é a causadora do desequilíbrio, mas sua consequência – e representa sua tentativa derivativa de resolução. Sua simples supressão, com antibióticos ou tratamentos locais, não é capaz de devolver a saúde, apesar de resolver momentaneamente uma lesão local que pode inclusive ameaçar a vida.

Para Bolsonaro se “curar” – numa concepção mais analítica e profunda – seria necessário uma trajetória longa e dramática de retorno a um estado de homeostase. Todavia, não creio que ele seja capaz de empreender esta viagem de volta…

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