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Sobre o mundo virtual

Sobre continuar…

(…ou snowflake activism)

Desculpem a breve intromissão, mas vocês realmente achavam que poderia ser diferente? Acreditavam mesmo que iam mexer nas inseguranças sexuais das mulheres, seus remorsos e culpas, suas alegrias, suas angústias e medos e ninguém ia reclamar? Achavam mesmo que iam tocar no abelheiro dos “podres poderes” da corporação e os “senhores da guerra” não iam atacar com violência desproporcional?

O problema não é a ofensa, nem a grosseria. Também não é a violência de quem não suporta o contraditório. O problema é a ingenuidade de querer fazer omelete sem quebrar a casca do ovo. “Mercenário“, “frio”, “dinheirista, “fingido”? Ora… isso é ofensa? Achavam mesmo que às pessoas iriam respeitar? E por quê? Por serem mães e cuidarem de filhos, portanto “mulheres de bem“?

Ingenuidade. Mexer nas questões do parto é “tiro, porrada e bomba”. Foguete de todos os lados. As mulheres que fizeram cesariana, as que não podem pagar, os cesaristas ofendidos, os neo-humanistas em busca de espaço, os verdadeiramente mercantilistas que acharam um nicho pra grana, as doulas feridas e as abençoadas, enfermeiras e obstetrizes, quem odeia médico e quem os ama demais.

Construir esse caminho é para quem consegue levantar todo ensanguentado, tirar a poeira do corpo, limpar o sangue, cuspir o dente quebrado, levantar a cabeça e seguir em frente no caminho do protagonismo garantido à mulher.

Resiliência.

Não se iludam; um patife virtual é um canalha na vida real. Não me refiro a ninguém em especial mas esta definição está em sintonia com o que vivi nos últimos 20 anos de redes virtuais. Esperar que o mundo virtual seja melhor e mais civilizado que o mundo real é a mais suprema das ingenuidades. Pelo contrário: aqui no Império duro e inexorável dos signos a vida tem muito menos matiz. E o dilema para a manutenção de comunidades temáticas é sempre esse: de um lado o “princípio primordial” (porque estamos aqui? que pode ser parto humanizado, vacinas, amamentação ou tipos de cabelos) e do outro lado “minha expressão subjetiva, meus direitos e minhas necessidades“.

Já participei de grupos que questionam as vacinas em que pessoas entravam para debater o calendário vacinal e onde fazer “aquela nova vacina do HPV”. Em outros grupos de apoio à amamentação algumas mães perguntavam qual o melhor NAN para uma criança de 1 ano. Quando eu (geralmente) ou outro participante questionava a pertinência de tal debate em grupos que combatem o modelo vacinas, fórmulas lácteas e desmames as respostas eram exatamente estas conhecidas por todos. “Eu tenho o direito, não sejam radicais, isto é um culto, é uma religião, não me sinto respeitada etc“. Outra resposta (das mulheres) era: “Vocês precisam ser mais acolhedores com quem traz esses questionamentos“.

Max diria: “Proselitismo equivocado. Seleção pobre de participantes. Excesso de bondade. Falha de função paterna”.

Acho que precisamos acolher tanto quanto educar e colocar limites… mas de qualquer forma a minha larga experiência no assunto determina que ser maleável neste nível ou ser acolhedor e amoroso em demasia só tem um resultado previsível: a morte do grupo. Quando o núcleo duro dos princípios norteadores de qualquer grupo ou associação é atingido então o grupo naturalmente se desfaz; sua razão de existir se destrói. É a explosão da pequena e delicada parte central no coração da Estrela da Morte, mas que constitui sua identidade e seu sentido essencial.

Por esta razão gosto de grupos com administradores sem culpa e que mandam os chatos tomar no fiofó. Eles percebem que mais do que problema pessoal de uma mocinha com “medo de parto normal mas que consulta com o Dr Frotinha” existe a questão da própria sobrevivência de um canal para a difusão de uma determinada ideia ou perspectiva.

No fundo, a dinâmica dos grupos e comunidades sempre será o enfrentamento entre o os ensejos do coletivo e as necessidades individuais.

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Golpe

golpe2016

O GOLPE contra a democracia foi político, jurídico e MIDIÁTICO. Teve a participação MACIÇA da MÍDIA fazendo uma fantástica propaganda contra Dilma e o PT exatamente porque eles se contrapunham aos LADRÕES famintos da política nacional. E vocês da DIREITA caíram como PATOS – aliás, o símbolo da FIESP era para vocês – porque o GOLPE recolocou os donos em seus devidos lugares. Agora não se investiga mais nada, PF está amordaçada, o juiz Moro pede a “comunhão nacional e o desarmamento dos espíritos”, Aécio está livre das acusações, Cunha será perdoado, e as raposas tem a chave do galinheiro.

Acabou tudo seu tolos. Uma burrice lesa pátria, liderada por vendilhões pagos por multinacionais, como Kim, um presidente informante dos Estados Unidos, e composta por personalidades doentes como Lobão, Janaína e o Alexandre Frota. Uns sujeitos idiotizados comandando ingênuos hipnotizados pelas campanhas da TV. Gente que acredita na Friboi, nos aviões do Lula, nos pedalinhos, no Triplex e em todas essas afirmações que NUNCA foram comprovadas. Tiraram Dilma – uma mulher reconhecidamente honesta – do poder para colocar sujeitos reconhecidamente desonestos e com contas a ajustar com a justiça. Temos um presidente inelegível!!!! Isso é inédito, e gravíssimo!!!

Cara, isso é uma vergonha. É triste ver como a PROPAGANDA manipula as mentes de pessoas que não conseguem enxergar 1cm a frente do seu nariz. Pior ainda: trabalhador pobre festejando por ser roubado e tratado como escória.

Aqueles que ainda resistem e apoiam a legalidade do governo golpista de Temer serão reconhecidos, dentro de alguns poucos anos, como os mesmos que acreditaram nas boas intenções de Stálin, nas ideias liberais de Bush ou nos valores morais do golpe de 64. As palavras de desprezo pela democracia – duramente construída – serão varridas para o lixo da história, e isso virá mais cedo do que pensam. O fim da CGU, da LavaJato, a anistia para Aécio e o provável perdão negociado de Cunha mostrarão a tolice imensa de quem acreditou no “combate à corrupção“. Para os “libertários“, que para mim são as formigas que desejariam ser tigres e destruir a todos em nome do que chamam “liberdade”, restará apenas a raiva pela traição dos que agora usurpam o poder.

Mas quando a desilusão chegar, e os mesmos que agora festejam perceberem que a casa está caindo, a resposta que os golpistas darão eu já antecipo desde agora:

O que? Está bravo? Mas não fiz promessa alguma, não fui votado, não tenho compromisso algum com vocês. O que esperavam? Fidelidade ao meu programa, às minhas “promessas de campanha”? Que campanha, que eleição? Eu não cheguei aqui pelo voto, seu tolo!! Eu me tornei presidente com 1% de intenção de votos. Sou provavelmente o presidente mais rejeitado do mundo!! Portanto, chega de mimimi e nos assistam fazer o governo que NOS interessa. Ah, e obrigado pelas paneladas, seus trouxas“.

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