Muitas pessoas me falam sobre a “indecência” de fazer piadinhas com Jesus. Dizem que deveria haver mais respeito com a religião e com o “pai”, e que tais chistes deveriam ser proibidos ou, no mínimo, sofrer uma dura recriminação.
Mas qual a alternativa? Criar uma instância de fé intocável pelo humor? Pois eu ainda prefiro que Jesus seja zoado a “protegido”. Não esqueçam que até os reis permitiam que os menestréis fizessem chacota com o reino e a corte. E se Jesus for mesmo o que dizem que é deve até se divertir com a criatividade dos seus “filhos” em criar piadas e chistes com seu santo nome. Ficar chateado com as brincadeiras denuncia certa insegurança nossa com o valor da mensagem, a exemplo dos islâmicos que até juram de morte quem profanar o nome de Maomé.
Não tenho religião e respeito todas as crenças, mas não coloco nenhuma delas num local inatingível pelo humor, pois isso significa admitir que ela é frágil demais para ser ameaçada. JESUS, seja quem for, deve dar barrigadas intermináveis com algumas boas piadas surgidas em seu nome…
Eu digo isso porque as piadas com Parto Humanizado – minha especialidade é a obstetrícia – devem ser respeitadas. Eu realmente não me importo e acho algumas engraçadíssimas. Certa vez assisti um stand up do Bill Cosby chamado “Natural Birth” – em que ele debocha do método Lamaze – que é simplesmente espetacular!!!
Não existe limite para o humor, e ele é a grande ferramenta contra a opressão. Nem todo o humor precisa investir na humilhação e no escárnio; podemos fazer dele uma arma contra os poderosos. Onde houver poder, haverá humor para relativizá-lo. Fazer troça com Jesus eu não vejo nada demais. Aliás, Monty Python fez isso com maestria… E é muito importante criticar todas as figuras históricas, pois isso as humaniza e até enaltece.