“Culpa Materna – Como livrar-se”. Minha mãe, quando havia discussões e debates entre os homens da casa (meu pai, eu e meus irmãos), sempre dizia: “Essa discussão é inútil; a culpa, no fim, sempre será das mães“… Era humor, mas também era tão verdadeiro quanto a frase que os franceses imortalizaram com “Cherchez la femme“…
Como diria o tio Ben, famoso filósofo do filme Homem Aranha, “Com grande poder vem uma grande responsabilidade“. Quanto maior a responsabilidade, maior a expectativa. Quando as expectativas pessoais não são cumpridas – o que é inevitável – sobrevêm a culpa. Quem tem mais poder nessa cultura do que uma mãe? Portanto, quem acabará sentindo-se mais culpada diante das inexoráveis adversidades que a vida nos reserva?
Todavia, eu também não creio que a mãe tenha uma culpa verdadeira. Estou falando de culpa presumida, culpa imaginária. E isso as mulheres mães tem de sobra! E, de fato, o fardo da culpa feminina é pesadíssimo. Você já deve ter tratado de mulheres que sofreram todo o tipo de abuso durante um casamento violento e insatisfatório. Você conhece muito bem este tema. Pois mesmo as mulheres que colecionam B.O.s e que se separam para salvar a sua vida e a dos filhos sentem uma culpa brutal por estarem “destruindo uma família”. Coitadas… sofrem a culpa por carregarem o fardo da mais forte das instituições humanas. A mãe, quem normalmente tem a iniciativa nas separações deste tipo, acaba sendo acusada pelos filhos e passa muito tempo sofrendo calada abusos e agressões (até dos filhos) por ser a “causadora” da separação.
Pobres mulheres! É muito pesado ser mãe e mulher em uma sociedade desigual, mas já foi muito pior…