Há alguns dias apareceu nas redes sociais um vídeo sobre o encontro com um representante dos “Revoltados on Line” que humilhava um trabalhador negro haitiano em um posto de gasolina. Muitas reações negativas àquele abuso foram postadas, principalmente porque o próprio autor do ataque é obviamente descendente de imigrantes europeus que chegaram a este país em condições tão miseráveis e difíceis quanto estes haitianos que desembarcaram no país em busca de esperança para suas famílias.
Mais do que ressaltar o absurdo e a violência inaceitáveis neste comportamento, eu quero dizer que existem pessoas no mundo inteiro que abominam o racismo, o sexismo e a xenofobia. Existem, sim, pessoas espalhadas por todo este planeta que não aceitam estas barreiras artificiais, e que rejeitam ver seus semelhantes pela diferença da língua, da cor, do gênero ou da filiação religiosa. Eu ainda prefiro acreditar como verdadeiras as palavras de Max: “Se o visitante de um planeta distante alcançasse nossa pequena e tímida esfera de água e aqui encontrasse o bicho-homem em todas as suas variedades, muito mais se assombraria com as semelhanças do que com as diferenças”.
Ouso dizer que somos a maioria silenciosa, mas os brutamontes e suas atitudes violentas sempre recebem mais atenção. A guerra é sempre mais notícia do que a paz.
Esse vídeo, produzido na Lituânia, expressa em imagens o que eu senti vendo o haitiano sendo humilhado por um brasileiro que não honra a delicadeza, a gentileza e a fraternidade do nosso povo. Em nome dos humanistas brasileiros eu digo aos irmãos do Haiti: “Padon pou malonnèt nou an” – Perdão pela nossa grosseria.
Sobre a fraternidade – Video da Lituânia