“A objetualização do paciente, sua coisificação e o tratamento frio a que ele é submetido NÃO SÃO “paraefeitos” do modelo de ensino contemporâneo. Pelo contrário; tais elementos formam a base do paradigma tecnocrático de assistência no processo de produção dos novos profissionais da saúde. Sem a plena compreensão dessa intencionalidade inconsciente e ritualística jamais completaremos a tarefa de humanização da assistência. O problema é que a violência praticada é invisível, como se, assim naturalizada, ela passasse a ser parte integrante da atenção. Com isso ela se torna inquestionável. Afinal, como questionar uma ação que é essencial para o atendimento? Botar alunos em fila para apalpar uma tireoide ou fazer um exame de toque, passa a ser o “certo“, o “essencial” e o “natural“. Como reclamar?”