Diante da morte o homem de fé já sabe o que lhe espera. Sejam bons ou maus os augúrios sua vida é contemplada por sentido. Já o ateu – ou melhor, o descrente – diante do “nada” se acomete por uma angústia mais dolorida, que não se estabelece sobre o que virá (para ele o vazio), mas para encontrar significado no que já aconteceu, o que fez, pelo que passou e para o quê viveu.

Eric Donnelly, “An bradán suas an tsrutha” (O Salmão Rio Acima), Ed Landscape, pág 135

Eric Donnelly é um escritor irlandês nascido em Arklow, às margens do Mar da Irlanda, em 1900. Começou a escrever aos 12 anos de idade incentivado por sua tia Meggy e principalmente pelo lançamento em 1922 da grande obra de seu conterrâneo James Joyce – Ulisses. Também influenciado por Ezra Pound dedica-se à poesia ao mesmo tempo em que inicia a escrita de “Caderno Branco”, seu romance de estreia. Escrito em primeira pessoa, este livro aborda os conflitos de uma adolescente surda vivendo uma vida pacata no interior da Irlanda, até a chegada de uma companhia circense. A paixão da adolescente por um dos malabaristas desencadeia um torvelhinho de emoções conflituosas, tanto na perspectiva da moral católica do inicio do século XX quanto do universo psíquico de Marie, envolvida no silêncio estrondoso de sua paixão. Em “O Salmão Rio Acima”, seu quinto romance, ele trata da história de Ernest, um barqueiro irlandês que, pressentindo a morte, decide fazer sua derradeira incursão pelo mar, acompanhado por seu neto Angus. Eric Donnely morreu de câncer pancreático em 1988, em Dublin – Irlanda.

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