
“O elemento mais delicado no encontro do profissional com seu paciente é talvez o mais negligenciado na escola médica: a tessitura delicada e compassiva da palavra. Mais do que a orientação precisa e justa este diálogo necessita levar em consideração a condição anímica de quem recebe tal aconselhamento, de tal maneira que a verdade fria não se transforme em navalha a cortar os fios tênues que sustentam a esperança. Por outro lado, a sedução do encorajamento fácil das palavras de estímulo pode insuflar o paciente com falsas expectativas, muitas vezes obliterando o necessário preparo para o luto.
Também é importante entender que a palavra do profissional muitas vezes terá uma interpretação viciosa de acordo com a forma única como o paciente processa a informação. Não poucas vezes culpa-se o mensageiro, da mesma forma como responsabilizamos o meteorologista que anuncia a tempestade. É importante que o terapeuta esteja preparado para esta situação.
Entender o emaranhado emocional em que o paciente está envolvido nos ajuda a lidar com a frustração de nem sempre ser o alívio e o conforto que ele tanto precisa e espera.”
Helen G. Prescott, ” The Jungle in White”, Ed. Boulevard, pág. 135