Eu mesmo percebi isso há 25 anos.
Ninguém diz, porque é feio, mas ecografias e MAPs tem os mesmos objetivos simbólicos: oferecer ao médico um elemento “comprovável” e palpável da fragilidade na relação mãe-feto que justifique uma intervenção intempestiva. Em verdade essa – a intervenção – era a intenção do cuidador desde sempre, mas sabemos o quanto afeta o imaginário de uma mulher sufocada por seus medos os pontos chuviscados de uma ultrassonografia ou os aclives e declives dos traçados de uma monitorização. Depois de um comentário sobre “dips” ou sobre “percentil” qual mulher manteria a confiança e o sangue frio para seguir adiante nos seus planos?
Se é verdade que estes exames podem ser úteis em circunstâncias específicas, mais verdade ainda é de que seu uso se volta para a proteção dos profissionais e a moldagem do parto em um evento que precisa ser bom para quem o cuida e não para quem o faz acontecer.
São armas de convencimento e persuasão profundamente eficazes.