
Eu me acostumei a ouvir a acusação de “radical” por muitos anos. Na verdade este radicalismo que tanto eu ouvia como ofensa e com dedos rígidos apontados se resumia apenas a… cumprir a lei. Chamar de radical é uma forma usual de acusar o outro para desobrigar-se de fazer o que é certo. Assim quando você acha uma carteira na rua e se esforça para achar o dono e alguém lhe diz, constrangido pela sua atitude: “Ora, não precisa ser tão radical; achado não é roubado”...
… é sim; não existe “meia-ética”, e jamais será abusivo tratar com respeito aqueles com quem se divide essa curta estrada chamada vida.
Mary Lemont Ashcroft, “Pictures in Exhibition”, Ed. ELP, pág. 135
Mary Lemon Ashcroft é uma professora de direito em Yale Nasceu em Siracusa, USA e durante muitos anos exerceu sua profissão na famosa banca de advogados Cohen, Weisberg and Ashcrof. Nestes anos dedicou-se a muitas causas sociais, como o movimento “pro-choice” – pelo direito ao aborto legal – pelos direitos dos negros e o “Black Lives Matter” e igualmente pela defesa das pessoas trans. Suas experiências com os movimentos sociais americanos a estimularam a escrever “Pictures in Exhibition”, que mostra um mapa do preconceito sexual, étnico e de orientação sexual nos Estados Unidos através das inúmeras histórias reais retratadas no livro. É casada com Peter Ascroft, igualmente advogado e que serviu como consultor do governo democrata de Bill Clinton. Mora em Siracusa e tem dois filhos.