Os “doutores”

Um médico que precisa de roupa branca, estetoscópio pendurado no pescoço, caneta Parker no bolso, certificados nas paredes e um “doutor” na frente do nome está tentando impor ao paciente um saber e um discurso autoritativo que não se expressam pelo conhecimento, pela sabedoria e pelo talento de auxiliar.

É possível que tal ocorra por não saber que a cura verdadeira pertence ao sujeito enfermo e que a tarefa última de um terapeuta é fazer com que seu paciente descubra isso por si mesmo, o que sempre demanda grande humildade. Por parte de ambos.

James McEnvoy, “Thrive and Desire in Therapeutic”, Ed Solomon, page 135

James Edward McEnvoy é um cirurgião escocês nascido em Inverness, ao norte da Escócia, em 1966. Sua obra pode ser dividida em novelas nas quais médicos e medicina desempenham um papel central na trama, e aquelas que tratam de política, em especial sua participação no Partido Nacionalista Escocês e sua recente migração para o “Alba” (Escócia, em Gaélico). Nos livros sobre temas médicos – como em Gozo e Desejo na Terapêutica – aborda uma perspectiva humanística e com pontes claras de conexão com a psicanálise. É um cirurgião que, ao adotar uma visão holística da medicina, critica de forma aberta e determinada a hipermedicalização da sociedade e o poder das indústrias farmacêuticas.

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