O filme Rambo 3 – do mega-ultra-canastrão Sylvester Stallone – foi rodado em 1988, portanto, antes do fim da União Soviética. É de longe a mais absurda de todas as aventuras desse personagem, na qual ele sozinho mata quase todo o exercito russo no Afeganistão. E o que torna esse filme ainda mais emblemático do tipo de propaganda nojenta do imperialismo é que o “John Rambo”, o Sr. Stallone, puxa o saco dos combatentes afegãos – vulgo, Talibãs – que lutam contra os “malvadinhos” soviéticos.
Sim, naquele tempo os talibãs – no idioma pachto, “estudantes” – eram “freedom fighters”, mas nos últimos 20 aos eles foram transformados pela mídia ocidental em selvagens e retrógrados. Como as coisas mudam, não?
Curiosamente, anos mais tarde o inimigo número 1 dos EUA, Osama Bin Laden, seria acusado de comandar estes mesmos esfarrapados com um exército terrorista Brancaleone contra a própria América do Norte. Mais ainda: a União Soviética desapareceu e os opressores do Afeganistão deixaram de ser os russos, e os invasores imperialistas passaram a ser… os americanos.
Agora, duas décadas e 2 trilhões de dólares depois, os Estados Unidos abandonam o Afeganistão à própria sorte. O Talibã retoma o controle do país expulsando os últimos invasores. O vexame do Vietnã se repete, e com o mesmo rastro de corrupção e destruição que o Império sempre deixa depois de arrasar os países que invade.