Quanto mais eu vejo os profissionais de saúde sendo influencers, dando dicas, expondo seu trabalho, prometendo resultados, falando de si mesmos, abusando dos vitupérios e brilhando no cyber universo, mais eu acredito nas virtudes da discrição. Isso não exclui a importância das redes para disseminação de ideias, conceitos e propostas, mas sugere um pouco de comedimento. Este tipo de auto exaltação atrai muita energia negativa. Muitos serão solidários na sua dor, mas quase ninguém suporta o sucesso alheio. Algumas tragédias recentes mostram que eu devo estar certo. Acredito ser extremamente perigoso menos por causa dos pacientes e muito mais porque os colegas e concorrentes não aceitam jamais este tipo de hiperexposição. Aqui neste link é possível ver uma dessas tragédias profissionais.
No Brasil tivemos casos famosos como um ginecologista de São Paulo e um cirurgião plástico do Rio de Janeiro, mas há muitos outros exemplos de profissionais apostando na exposição em redes – como tik tok e Kwai, entre outros – ficando famosos, fazendo dancinhas, brincando inocentemente com colegas, alguns deles ficando até famosos e milionários. O problema é que a mesma mão que afaga é aquela que apedreja, e o “amor” em forma de admiração devotado a estres profissionais depois os faz virar alvo de represálias.