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Falsos consensos

Infelizmente o padrão na atualidade não é a confrontação de ideias, o contraditório e o respeito pelas visões discordantes mas o cancelamento, a perseguição pelas posturas, os abaixo-assinados com pedidos de demissão, a difamação, as pressões pela punição severa e a destruição sumária da reputação.

Pouco ou nada importa que o alvo da ira de agora seja alguém que durante décadas esteve ao lado da “nossa causa”; basta uma única posição discordante e você é jogado na lata de lixo, descartado, aniquilado e humilhado publicamente.

Esse sistema de terror faz com que, diante de casos públicos conhecidos e muito publicizados, aqueles que tem uma visão diferente da massa enfurecida se calem, com medo dos ataques e das violências virtuais. Reina um silêncio constrangedor nas redes, criando a falsa impressão de unanimidade. Tornou-se comum que, nos agora raros encontros pessoais, algumas pessoas sussurrem entre si: “eu não vejo dessa forma e não concordo, mas não posso falar sobre isso publicamente pois serei executado se disser o que penso”.

A tirania do senso comum faz vítimas todos os dias nas redes sociais. Quem escreve sabe que uma mínima palavra descontextualizada pode acender o estopim de uma reação violenta e cruel.

Minha opinião? No futuro próximo vai acontecer um fenômeno de reação a isso. A intolerância de alguns grupos será vista como realmente é: um sistema cruel de silenciamento, cujo objetivo é forjar consensos na marra e através da violência virtual. Por fim, as pessoas vão se voltar contra estes ativistas que se escondem por trás das belas causas para melhor espalhar opressão e despotismo.

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Cultura do cancelamento

A cultura do cancelamento, que sacrifica pessoas culpadas ou inocentes, não produz uma sociedade mais moral ou ética, mas fomenta uma cultura de falsidades e mentiras.

Um caso típico é o cancelamento de um famoso diretor americano por grupos feministas com a falsa alegação de que, há 20 anos, teria abusado sexualmente de sua filha. Todas as investigações apontaram para a sua inocência, incluindo o depoimento do seu filho que estava presente na cena em questão. Nunca houve qualquer evidência que comprovasse este crime, e nunca ocorreu nenhum fato semelhante em sua biografia, seja antes ou depois do fato. Investigações independentes da polícia, psicólogos, assistentes sociais foram unânimes: o depoimento da menina é falso e foi ensaiado. Todavia, isso não impediu uma perseguição implacável que dura até hoje.

Entretanto, os atores e atrizes de Hollywood sentem tanto pânico de cancelamento por parte dos “liberais” que quase ninguém ousa enfrentar essa gigantesca patrulha midiática, formada de pessoas ávidas em destroçar carreiras e reputações e prontas a cancelar o futuro desses artistas, políticos, escritores e figuras públicas. E pensar que a “Fatwa” decretada contra Salman Rushdie já foi tratada pelo Ocidente como “barbarismo”, mas hoje vemos que não passa de um cancelamento levado às últimas consequências.

Existe uma prepotência da voz diminuta, o súbito esplendor do “popular”, o sujeito sem brilho que descobre o poder da internet para atacar os ícones da cultura, que tanto ama quanto odeia, por se sentir oprimido pelo seu brilho. Moldados à sua semelhança, os artistas morrem de medo de desagradar a imensa plateia que os sustenta. É por esta razão que os grandes formadores de opinião tem posturas “chapadas” em relação aos temas espinhosos. Ou, muitas vezes, unem-se à turba furiosa acriticamente, apenas para não arriscar a perda de seus benefícios.

Se muitas mulheres preferem acreditar que determinado personagem é machista é melhor concordar do que ser vítima de um ataque massivo por parte desse grupo. O mesmo com a homofobia ou o racismo. Quem ousa denunciar abusos dos liberais? Sim, só a direita.

O resultado é uma cultura de falsidades, não uma sociedade justa ou equilibrada. Um modelo que joga para o extremo e rotula dissidências de forma peremptória e inexorável produz mártires ou covardes, mas não estimula o debate livre ou a oxigenação de ideias. Basta uma simples discordância com os cânones dessas áreas para lhe condenar (eternamente!!) como racista, homofóbico, machista ou fascista, bastando para isso discordâncias simples em detalhes colaterais.

Prisioneiros da opinião pública, pouco resta de sinceridade no que se escreve e se diz. Amordaçados pelo politicamente correto ninguém ousa arriscar, pois que um passo em falso pode determinar o cancelamento total e a ruína. O pior é reconhecer que as vozes mais firmes contra o império da hipocrisia estão à direita, pois que a esquerda facilmente sucumbiu ao discurso dos identitários e às falas politicamente corretas.

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