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Éfe Agá Ce

Triste a derrocada do “intelectual da esquerda”, o “príncipe dos sociólogos”, o presidente sábio, a grande esperança da esquerda limpinha (branca). Ele representa o grande sonho de Platão de conjugar em uma única pessoa a sabedoria e o poder de transformar a sociedade. Fernando Henrique é a prova (ainda) viva de que boas palavras, uma formação acadêmica robusta, respeito dos pares e boas ideias são instrumentos frágeis, totalmente incapazes de produzir real transformação social. Para uma revolução que retire o Brasil de uma posição subalterna é preciso estar ao lado da classe operária, a classe que constrói a sociedade na qual vivemos; ele fez o oposto disso ao entregar o patrimonio nacional nas mãos do capitalismo predatório e voraz.

Fernando Henrique Cardoso foi o responsável por destruir um partido (o PSDB) e o principal envolvido em sepultar a perspectiva da social democracia como força política viável. Ele demonstrou que os liberais de esquerda (como ele) diante das dificuldades de um mandato ou das vicissitudes no exercício do poder rapidamente entram em conluio e se associam à direita mais radical e fascista, jogando para o alto suas propostas de outrora. Por isso o partido que ele criou para ser a voz da social democracia nos últimos anos se tornou a facção mais furiosa do bolsonarismo. Dória, Eduardo Leite, Marchezan são exemplos claros dessa derrocada.

“Esqueçam o que escrevi” pedia FHC enquanto ainda presidente. Faremos mais que isso, por justo respeito à sua idade: vamos esquecê-lo, sepultar suas propostas e reconhecer nosso erro em acreditar que sua cultura e formação seriam um contraponto ao seu liberalismo privatista nefasto.

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Boric

Boric tem uma posição bem progressista quanto à Palestina, o que é algo positivo. Uma frente internacional para barrar os crimes contra a humanidade produzidos pelo apartheid israelense é obrigação das democracias ocidentais. Boric também venceu o nazipinochetismo da classe média reacionária chilena, o que dá a nós, democratas de esquerda, um alívio diante da alternativa trágica. Sua eleição ajudará na eleição de progressistas da América Latina nas próximas eleições.

Entretanto, mal foi reconhecida sua vitória já fez o velho discurso manjado da esquerda liberal atacando Cuba e Venezuela, dois países covardemente embargados pelo Império. Parece que passadas 48h após sua eleição já foi pressionado a mandar uma mensagem ao centro do governo imperial para deixar bem claro “Olha, sou de esquerda mas amo vocês. Não estou aqui para confrontar patrão”.

Boric não representa uma vitória da esquerda, mas uma derrota brutal que deixamos de ter.

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