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Medicina Industrial

medicina e tecnologia

Muito se tem falado sobre a forma impessoal como os atendimentos ocorrem nos dias de hoje, além da frieza e descomprometimento dos médicos em relação ao trabalho junto aos pacientes. Uma forma de melhorar essa forma insípida de atenção é chegar mais próximo dos clientes e poder enxergá-los em seus próprios domínios para apreender toda a gama de informações que se pode absorver de suas histórias.

O atendimento domiciliar oferece esse mergulho do profissional na vida de relação do paciente. A assistência ao seu sofrimento (ou à sua “passagem” no caso dos partos) é “in vivo” ao contrário da atenção nas clínicas e consultórios, que é artificializada e descontextualizada. Isto é: ” in vitro”.

A industrialização e massificação da atenção à saúde leva a uma crescente insatisfação dos consumidores, que pode ser notada em alguns bolsões de pensamento, em especial da classe média. As queixas se unificam em torno da impessoalidade e coisificação do paciente, que passou a ser tratado muito mais por máquinas e equipamentos do que por pessoas. O positivismo obliterante dos protocolos e a incapacidade de enxergar a doença como caminho, negando-se a ela qualquer propósito, nos afastam das dimensões verdadeiramente curativas da medicina.

A medicina se faz com vínculo. No dizer do psicanalista húngaro Ballint “o melhor remédio que um médico pode oferecer é ele mesmo“. Todo modelo, por mais eficiente que possa parecer, que nos afasta da dimensão única e subjetiva dos pacientes será um entrave às mais nobres propostas da arte de curar.

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Empatia

Empatia 03

Sem a construção única, invisível e essencial da conexão nenhum regramento será possível para o contato terapêutico. Não é possível dissimular o vínculo mediado pelos sentimentos de empatia. Quando o gesto se contrapõe ao coração, o primeiro se plastifica, e o segundo desaparece.

Maria Mercedes Ortega, coluna do Jornal Jalisco Hoy, jan/1982

Maria Mercedes Ortega, foi uma psicanalista e escritora mexicana, que durante muitos anos foi presidente da Associação Mexicana de Escritoras. Nasceu em Temixco em 1926, vindo a falecer em Jalisco em 1990, de insuficiência cardíaca. Escreveu vários livros sobre o tema da sexualidade numa abordagem psicanalítica e manteve uma coluna semanal no jornal “Jalisco Hoy” por mais de 25 anos, onde abordava temas como sexualidade, costumes e atualidades. Foi casada com o deputado do PRI Javier Domingos Palacios, e teve dois filhos: Jacinta e Juan.

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