Não há problema algum em disseminar pela Internet (ou pelo rádio, TV ou conversas privadas) que o parto normal é uma via MUITO melhor e mais segura do que a cesariana, e que esta só deve ser realizada em situações extremas, para garantir menor risco para mães e bebês. Isso é o que as evidências científicas nos demonstram há décadas; não se trata portanto de uma questão de gosto. Existem diferenças marcantes nos resultados – tanto para a mãe quanto para o bebê – em relação à via de parto. Mas o que encontramos na prática médica se opõe às evidências e vai de encontro à boa conduta médica. Infelizmente constatamos um abuso claro e insofismável das indicações cirúrgicas e 52% das gestantes acabam ganhando seus filhos através da cesariana, quando esse número não deveria ser maior do que 10 a 15% de acordo com valores históricos apregoados pela OMS e baseados em estudos bem conduzidos.
Portanto o risco verdadeiro NÃO é o de mulheres rejeitarem indicações adequadas de cesariana por conta de uma “campanha” de rejeição a esta cirurgia. O problema está nas gestantes continuarem acreditando que não existe “nada de ruim” em ter feito uma.
EXISTE SIM!!!! Pelos aspectos médicos, psicológicos, microbiológicos, emocionais, econômicos e sociais a cesariana no Brasil é uma barbárie, na qual as mulheres são as vítimas. O número de cesarianas verdadeiramente bem indicadas é pequeno e a grande maioria destas intervenções é empurrada com falsas verdades e mitos, como “pouco líquido”, “cordão enrolado”, “placenta velha” e tantas outras formas de apavorar uma futura mãe. Ainda vivemos em um mundo onde as mulheres são conduzidas a procedimentos pela autoridade dos profissionais, e não pelo amplo esclarecimento de vantagens e riscos.
Não tenhamos medo de uma mulher empoderada, bem informada e com argumentos, capaz de enfrentar o poder de um profissional médico. Isso é o que se espera da civilização. Tenhamos, sim, medo de mulheres emburrecidas e alienadas, incapazes de questionar o que fazem sobre seus corpos.
Isso é o que ocorre na selva, no reino da alienação.