Não existe uma justiça essencial e natural; ela é uma construção humana, dinâmica e constituída pelo tensionamento das forças políticas. O que é legal e aparentemente justo hoje pode não o ser amanhã. O que é ilegal também. As forças conservadoras patriarcais reagem às mudanças que observamos na realidade do parto, e respondem com a mesma intensidade com que se sentem pressionados ou ameaçados. O rechaço ao direito de fazer escolhas informadas – entre elas o local de parto – desnuda o desconforto da corporação com qualquer discurso ou ação por parte das mulheres que desafie uma onipotência duramente conquistada. Somente a pressão das mulheres pelos seus direitos e por sua autonomia poderá fazer a mudança na forma como a sociedade julga estas ações.