Sempre agradeço a todas as pessoas que explicitamente gostam de mim, em especial aquelas que já expressaram isso. Não são muitas, bem sei, essencialmente por culpa minha. Como já disse anteriormente, nasci sem o dom da simpatia, uma das virtudes que mais admiro e invejo. A pessoa simpática é acima de tudo corajosa e segura, pois sabe que seu sorriso pode ser confundido com fragilidade ou fraqueza; mesmo assim sorri e expõe sua alegria e brilho interiores. Nunca tive essa segurança a essa força para poder ser simpático e doce.
Mas hoje lembrei das pessoas que NÃO gostam de mim, as que não me aceitam e que não me suportam. Sempre penso que, no lugar delas, teria infinitos argumentos para justificar tal antipatia e rechaço. Não é preciso muita imaginação ou criatividade; basta me conhecer por pouco que seja para ver uma plêiade multicolorida de defeitos aparecerem no meu rosto como o brotar instantâneo de uma acne adolescente. Entretanto, é para estas pessoas que vai meu agradecimento.
O Mestre nazareno já dizia que “os inimigos são teus verdadeiros amigos”. De fato, são eles que nos mostram os tantos defeitos que carregamos, mas como sabê-los sem que nossos desafetos os apontem a nós? Para isso nossos inimigos são essenciais e indispensáveis.
Porém, há um tipo de desafeto que, ao perceber seu momento de dor e angústia, refreia seu impulso de lhe criticar e …. se cala. Silencia por caridade e consideração, mesmo nutrindo verdadeiro desamor por você. Ele sabe que a crítica mordaz, mesmo que justa, neste momento seria um exagero de crueldade. Diante disso, aguarda um momento melhor para oferecer o beneplácito da ofensa pedagógica.
Aos que me desgostam e silenciam, meu agradecimento sincero e emocionado. Vocês são verdadeiros amigos, os melhores que se pode ter.