O erro se mantém em várias discussões na internet sobre a existência ou não de Deus: a ideia de que o ateísmo é uma postura superior, intelectual e racional quando na verdade ser teísta ou ateu não tem nada a ver com a racionalidade do sujeito porque nenhuma das posições é conquistada através da razão. Ambas tentam oferecer hipóteses sobre o desconhecido. Um teísta não precisa acreditar na Bíblia ou nas alegorias de quaisquer outras crenças; precisa apenas crer em uma teleologia cósmica e em um sentido universal.
Já um ateu necessita tão somente não enxergar nenhum sentido e crer no acaso. Mas nada disso fala da inteligência do sujeito e estas sequer são “escolhas” verdadeiras. São sentimentos profundamente arraigados no sujeito sobre o qual ele não tem nenhum controle racional.
Outro erro: confundir teísmo com religião, duas coisas absolutamente diversas. Eu, por exemplo, sou teísta e não tenho nenhuma religião há mais de 30 anos.
Essa é, em verdade, uma discussão que pertence ao século XIX e só foi ressuscitada por “religiosos fundamentalistas” como Richard Dawkins e outros. Seu proselitismo ateísta é uma chatice e uma manifestação de fundamentalismo ao nível do Estado islâmico. A ideia infantil de que a religião é o “mal do mundo” não se sustenta logicamente e demonstra profundo desconhecimento dos sentidos últimos das religiões, além de suscitar debates tolos que produzem confusão e extremismos.