
Sou do tempo em que jogador de futebol usava chuteira preta, jogava bola e fazia gols por nós. Nunca soube nome de suas namoradas nem mesmo se eram casados. Hoje o futebol é apenas a vitrine para seus verdadeiros negócios. No futebol – mas também em outros esportes – o gol, o drible, a firula, a vitória e a taça no armário são apenas elementos que ajudam o “esportista personagem” a fechar contatos de barbeador, cerveja ou desodorante.
Bernie McLaren, entrevista ao semanário “Sports in the Wire”, Edimburgo, pág. 135
Bernie McLaren é um renomado jornalista escocês especializado em futebol. Escreve em vários jornais escoceses sobre os campeonatos locais e internacionais. Tem dois livros sobre o esporte: “Sports in the Wire” e “Celtics – a Resistance Symbol”, onde mostra a história do clube escocês e suas origens na resistência de católicos e imigrantes irlandeses. Também nesse livro ele descreve a incrível conexão entre a torcida do Celtics e a luta pela liberdade da Palestina. Uma das mais tocantes partes do livro se relaciona à demonstração protagonizada em 18 de agosto de 2016 em um protesto pró-Palestina durante a partida contra o time israelense Hapoel Beer Sheeva, na primeira fase de classificação para a Liga dos Campeões, no estádio Celtic Park, em Glasgow. Membros da torcida organizada do time escocês, a Green Brigade, levaram para o estádio milhares de bandeiras da Palestina, associando-se a outras organizações de direitos humanos no posicionamento político pelo reconhecimento do Estado palestino, que tem seu território ocupado por Israel desde 1948. Mora em Glasgow e é casado com a jornalista Melinda Abraham.