Oi amor
Não dava pra você chegar
Um pouco antes
Da gente se ver?
Assim, se você chega
Antes, da hora marcada
A gente senta e conversa
Antes de se encontrar…
Suzaneuka Matsouri, “Escritos hiperbólicos”, ed. Matraka, pág. 135
Suzaneuka Matsouri é o pseudônimo da poetisa boliviana Adelita Gonzales Gutierrez, nascida em Cochabamba em 1953. Filha de agricultores cocaleiros ela passou uma infância de privações e perdas, como a morte trágica de sua irmã em um incêndio, fato que a marcou por toda sua infância. Fez o curso primário em uma escola rural e foi trabalhar na cidade como cozinheira, doméstica, arrumadeira em uma rede de hotéis e numa fábrica de colchões. Com 20 anos de idade se casou com o militar Adolfo Gutierrez, cabo do exército boliviano, com quem teve 3 filhos. Já com 40 anos escreveu seu primeiro livro de poesias, baseados na sua vida bucólica no interior e sua infância entre rios, plantações, animais e natureza. Esse livro foi muito bem recebido pela crítica, e acabou lhe garantindo o prêmio Poetisa Revelação da associação de escritores da Bolívia – algo que lançou seu nome para o mercado editorial. Suas obras posteriores foram focadas no amor, nas perdas, no ressentimento e, sobretudo, na paixão. “Escritos Hiperbólicos” é o primeiro livro no qual aborda a paixão sob um prisma caracteristicamente erótico, abusando de referências sexuais e instigantes para a imaginação de seu público, prioritariamente feminino. Depois desse livro ainda escreveu “Sob o olhar de Aquiles”, e o recentemente lançado “Narciso e outros contos”, que foi sua primeira experiência com o romance de ficção. Mora em Cochabamba com o marido e seus três filhos. Juan, Oscar e Giselda.