Máscaras

Quantos monstros morreram sem ter sua monstruosidade descoberta? Quantos degenerados são ainda hoje reverenciados apenas porque suas maldades foram eficientemente escondidas? Quantos perversos são estátuas, nomes de rua e retratos nas paredes dos parlamentos, apenas porque seus seguidores não permitiram que suas perversões e crueldades fossem expostas publicamente?

Quantos de nós já se espantaram ao conhecer a verdadeira essência cruel de alguém que outrora achávamos perfeito e impoluto? E quantos tiveram a oportunidade de olhar a alma do criminoso embrutecido e colher dali, dentre tantas tragédias e dores, sensibilidade e virtude?

Ainda assim, quantos heróis anônimos mudaram o curso da humanidade inteira sem que jamais tivessem seus nomes conhecidos? Quantas mulheres e homens comuns morreram sem terem recebido o reconhecimento pelo seu valor enquanto monstros da pior espécie são tratados por nós, mesmo na atualidade, como heróis e até santos?

A notoriedade nos faz destacar da multidão, e por essa posição muitos de nós pagam qualquer quantia. Entretanto, a idolatria a estes personagens é sempre arriscada; nunca sabemos o que há por detrás da máscara pública que esconde a essência do verdadeiro sujeito.

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