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Sonho

Sonhei que uma amiga havia me deixado um aviso no WhatsApp dizendo que precisava de mim em São Paulo para…. (durante o sonho eu sabia do que se tratava, mas bastou acordar para que o conteúdo do pedido fosse apagado).

Próxima cena eu estava numa sala de espera aguardando essa amiga terminar um atendimento, em um lugar que me pareceu uma clínica bem movimentada. Nisso entra uma moça muito magrinha, com uma espécie de camisola hospitalar como se estivesse internada, amparada por sua família e com uma barriguinha muito pequena. Ela e a família falavam apenas inglês e eu presumi que ela tinha chegado do exterior para uma consulta.

Resolvi aguardar mais um tempo o momento de conversar com a amiga, já que aquela consulta parecia ser de emergência. Enquanto isso, fiquei conversando com a secretária da clínica até perceber que era uma antiga paciente minha que – por acaso – havia escrito para mim uma carta emocionada há alguns dias. Ela me contava detalhes da sua vida, inclusive que teve que se separar por conflitos com o seu enteado, filho do seu ex marido. Durante um tempo ficou me contando as agruras da vida de separada até que resolvi dar uma caminhada para conhecer o local, não sem antes me despedir dela, pedindo que me chamasse pelo celular tão logo a consulta tivesse terminado.

Saí caminhando pelo redondezas até cansar. Resolvi entrar numa sala que parecia um quarto de hotel onde havia uma geladeira, um banheiro, uma mesa e um sofá. Deitei no sofá para descansar um pouco, mas antes de me recostar peguei um picolé que achei na geladeira. Tive a impressão de ter cochilado um pouco (um cochilo dentro de um sonho…) e acordei sobressaltado quando alguém entrou pela porta. Só então percebi que estava em uma mistura de quarto de hotel e sala de consultas. A mesa do “quarto” na verdade era uma escrivaninha e o sofá uma mesa de exames. Quem entrou na sala foi uma conhecida médica da humanização. Ficou surpresa ao me ver, e foi logo dizendo que a partir de então passaria a atender ali exclusivamente. Explicou que em seu antigo emprego era obrigada a atender 200 consultas durante a tarde (não ficou claro se era um número correto ou uma hipérbole) e que o administrador era rude, grosseiro é só pensava em dinheiro. “Bastava eu sair da sala para tomar um café e ele gritava ‘Trabalhe, doutora, levante-se daí!!!’, sem qualquer consideração ou respeito”, disse-me ela referindo-se ao seu ex-chefe crápula.

No sonho cheguei a lembrar que no auge do meu consultório eu atendia 12 a 14 consultas por dia, mas nada falei para ela. Apenas a cumprimentei pela mudança e pela nova ocupação.

“E você, o que faz aqui em São Paulo?”. Comecei a explicar a ela que tinha sido convidado por uma colega para lhe auxiliar em algo, mas não cheguei a lhe dizer do que se tratava. Foi só nesse momento percebi que minha viagem até São Paulo não tinha nenhum registro na memória. “Putz, será que eu vim dirigindo? Não me lembro de ter pego um avião”. Abracei minha colega e me despedi dela, pensando em voltar para a clínica para ver se minha colega já havia terminado a consulta com a menina americana. Quando me encaminhava para lá fui parado por uma senhora simples que carregava uma sacola cheia de radiografias, que me perguntou se ali era o “hospital de fraturas”, ao que eu respondi:

“Não, aqui é a Casa de Parto”.

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