Reza a lenda que uma vez na véspera de um jogo importante, o mascote do Botafogo, um cachorrinho sem raça definida chamado “Biriba”, fez “xixi” na perna do jogador Braguinha. Depois desse ato curioso o Botafogo ganhou a partida, com gols de, adivinhem, Braguinha. A partir dessa coincidência, em todo jogo importante o presidente Carlito obrigava o atacante botafoguense a oferecer suas canelas para servirem de poste ao cãozinho. A alternativa era “Biriba” lamber as chuteiras do jogador Otávio. Depois de algum tempo, quando se percebeu que o xixi do Biriba não garantia as vitórias, o assunto foi esquecido. Ficou para a história a figura emblemática do cãozinho torcedor.
Lembro também quando Tite colocou as fotos dos filhos e esposas dos jogadores no vestiário do Grêmio antes da partida contra o Corinthians na final da Copa de 2001, e naquele jogo o Grêmio sagrou-se tetracampeão da Copa do Brasil. Fez – mais uma vez – volta olímpica no Morumbi, cunhou para si o nome “Rei de Copas”, Tite ganhou seu primeiro título em nível nacional e a história virou lenda. Foi repetida em dezenas de decisões a partir de então, e muitos times tiveram sucesso, enquanto muitos outros perderam campeonatos profundamente motivados pela iniciativa. Depois esta ação caiu em desuso, pelas mesmas razões que levaram Biriba voltar a ser apenas um charmoso mascote.
Algumas iniciativas ganham impulso por estas coincidências vitoriosas, mas depois entram em decadência porque não se sustentam em resultados. Se o Internacional, que usou camisas embarradas para jogar sua primeira partida na Sul-americana após a enchente, tivesse vencido seu jogo na terça-feira, a mística da “camisa com barro” talvez tivesse uma vida mais longa. Infelizmente, para o coirmão, as camisas sujas entrarão para a galeria de boas iniciativas que, pelo menos para a torcida rubra, deverão ser esquecidas.





