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Monark

Vejo muita gente debochando das condições físicas e emocionais do Monark, que durante anos foi o garoto propaganda do liberalismo ingênuo que tomou conta de parte da juventude brasileira. Dizem que sua cabeça fritou devido ao ideário de direita que adotou para si, porém não acredito ser essa a razão de sua decadência espiritual e psíquica. Na minha percepção, sua debacle está relacionada aos ataques recebidos em razão da postura de enfrentamento ao poder abusivo de algumas instituições.

Uma das razões da minha desconfiança sobre as origens do seu mal é que, para atacar o Monark, inventaram muitas mentiras sobre seus pronunciamentos. Sim, o Monark jamais foi a favor da criação de um partido nazista, e basta assistir o famoso podcast para constatar isso. Ele se disse favorável “ao direito de alguém criar isso”, não ele. Sua radicalidade era pela liberdade irrestrita de expressão e de organização em torno de ideias. Entretanto, de forma oportunista, criaram o factoide de que seria, ele próprio, um defensor de ideias nazi. Isso é mentira. O Monark entrou em uma espiral depressiva e autodestrutiva pela perseguição infame realizada por elementos do STF, em especial o ministro Alexandre. Este, em nome de uma postura populista e baseada em mentiras, resolveu subverter a liberdade de expressão criando uma versão personalizada da Constituição. Para os ataques ao jovem comunicador, o ministro do Temer usou o freestyle característico do STF, que faz da Constituição um “boneco de massinha” aquele que as crianças brincam, onde qualquer coisa pode ser criada da massa amorfa na dependência da vontade e dos interesses oportunistas da suprema corte.

O sofrimento do Monark eu já vi no rosto de pessoas atacadas injustamente. Carregam no semblante o sofrimento por não conseguirem enxergar uma saída, em função do gigantismo das estruturas que os perseguem. Ele sofre por saber que seu direito de expor sua perspectiva de mundo – mesmo equivocada e claramente paranoica –  é censurada, proibida e perseguida. Ela sabe que, mesmo que a expressão de sua visão de mundo seja garantida pela constituição, os guardiões da nossa carta magna são os mais interessados em violentá-la em nome de seus interesses obscuros. Monark é um jovem, um filho de papai, um “gamer” e um garoto de classe média, sem estrutura para suportar a perseguição e o exílio. A solidão, a raiva, a cólera contida, o ressentimento e a tristeza do desterro são ácidos que corroem o próprio frasco de carne e ossos que o contém. Ele não tem a estrutura de um Brizola, um Lula, forjados na luta política e proletária e capazes de suportar os ataques, o exílio, a prisão e as acusações injustas.

Sou um comuna raiz e não concordo nem com 1% das ideias liberais do Monark, mas posso entender sua dor e sei o quanto ele está fragilizado e perturbado. Todavia, ver gente da esquerda debochando de seu sofrimento apenas mostra como nossa esquerda liberal é incompetente e ultrapassada, incapaz de se enxergar – num futuro próximo – na própria pele do garoto do Flow.

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Imperador Alexandre

O Imperador do STF Alexandre de Moraes, conhecido como Xandão, disse que quem “comemorar” o 8 de janeiro estará praticando crime. Fico imaginando como ele situa isso no código penal freestyle que ele criou dentro da sua cabeça. Segundo ele disse, essa comemoração significaria “instigar golpe de Estado”. Peço, ao renomado Ministro, que defina o que é “instigar”. Por acaso comemorar o fim da II Guerra Mundial seria instigar ódio aos alemães? As pessoas ainda não entenderam que Alexandre de Morais é da mesma turma dos bolsonaristas, mas de um clã diferente. O ódio de Alexandre é porque ele estava com o nome no caderninho dos matadores contratados por Bolsonaro e sua turma. Não é o amor pela democracia e muito menos pela justiça o que o move: é amor a si, autopreservação, vaidade e desejo de protagonismo.

O ativismo jurídico que ele agora exerce apenas circunstancialmente nos beneficia. Na primeira vez que a esquerda resolver parar o país exigindo mudanças profundas, ele vai se voltar contra a classe trabalhadora e vai interpretar a greve – ou a passeata, manifestação, paralisação, ocupação- como “incitação ao golpe de Estado”. Pronto: prende Lula, prende os parlamentares, prende o trabalhador, encarcera senhoras de idade, e tudo aparentemente para salvaguardar a democracia.

Sabem por quê? Porque ele pode tudo e ninguém diz nada!!! Esse sujeito, apesar de não ter votos, manda no país mais do que o presidente, criando da sua cabeça leis que não existem (como todas as interpretações absurdas da lei do racismo “por inferência”), atropelando a constituição para impedir Lula de concorrer, julgando casos onde ele é (pasmem!!) vítima e juiz ao mesmo tempo, e agindo como um imperador, sem precisar dar satisfações a quem quer que seja.

Quem defende o Ministro Alexandre sofre de “síndrome de Estocolmo”. Criaram a fantasia de que ele “salvou a eleição”, quando, em verdade, ele impediu a eleição de Lula quatro anos antes através do seu golpe no STF, no qual rasgaram a constituição para impedi-lo de concorrer. Anotem aí: muito antes do que se espera haverá um golpe de Alexandre contra alguma manifestação popular da esquerda. O mesmo autoritário que cortava pés de maconha vai atacar a livre manifestação do povo por um governo melhor e mais justo.

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