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O Café e o Cocô

Nos Estados Unidos da América o dono do Twitter ameaça oferecer liberdade total de expressão no seu novo brinquedo de poder o Twitter. Curiosamente, a esquerda americana – os leftists – não estão reclamando com a devida veemência contra a concentração obscena de poder na mão de um sujeito egocêntrico e paranoico como Elon Musk, mas centram sua artilharia na possibilidade de que possamos escrever, a partir de agora, sem censura. Sim, a esquerda americana – que na verdade é uma direita identitária – teme que muitas mentiras serão disseminadas sem qualquer filtro. “O que será dos gays, dos negros, das trans, etc”.

Ora, esse tipo de vigilância de costumes não poderia perdurar muito mais tempo. Ninguém mais aguenta patrulha de expressões, de vocabulário e de sentimentos ofendidos. Ninguém suporta mais essa infantilização que se criou nas relações – em especial na Internet – e que trata a todos como crianças frágeis que não aguentam piadas ou críticas fortes.

Para piadas ruins conte outra melhor. Para ofensas, use ironia – ou ofenda também, se não lhe resta mais nada na sua caixa de ferramentas. O que não é mais admissível e o espetáculo constrangedor de correr sempre para a mamãe – seja ela o estado, o Twitter, o Facebook, o Instagram, etc – e fazer queixa para que uma instância de poder venha nos proteger. Um dia as pessoas teriam que crescer e enfrentar por si mesmas estes desafios.

Uma pena que a esquerda raiz, socialista e marxista não teve força para liderar a luta pela liberdade de expressão. Somos poucos a lutar contra os desmandos autoritário e da censura. Enquanto isso a esquerda liberal foi invadida por identitários que são os primeiros a pedir cancelamentos, silenciamentos, censura e cerceamento da liberdade de expressão. Uma lástima que essa nova onda veio de um bilionário Ancap, representante da direita mais perversa e concentradora de riquezas.

Bem, dizem que o melhor café do mundo é o Kopi Luwac, feito com grãos retirados do cocô da Civeta. Quem sabe essa metáfora sirva para a gente lembrar que em longo prazo a liberdade é sempre melhor do que qualquer censura, e que a gente pode consegui-la mesmo que tenha que separar seu valor da bosta que a envolve.

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Arquivado em Política

Democracia liberal burguesa

O partido Republicano nos Estados Unidos tornou-se um partido de extrema direita, financiado pelo lobby de Israel, conectado com grupos de supremacia branca e ligado ao meio-oeste conservador, evangélico e profundamente conectado aos valores tradicionais.

Já o partido Democrata assumiu o posto antigamente ocupado pelo partido Republicano: um partido de direita, liberal, com uma política externa violenta. Ambos são irmanados na sua postura imperialista, apesar do partido de Obama, Clinton e Biden ser muito mais agressivo em sua política externa. É como Israel, onde os partidos se odeiam em todos os temas, mas se abraçam no suporte ao apartheid sionista. Nos Estados Unidos a política imperialista une Democratas e Republicanos com paixão.

Curiosamente, as diferenças chamativas não são políticas ou econômicas, mas estão na pauta dos costumes. Os identitários estão ligados aos democratas, que por isso são chamados “liberais” – mesmo que ambos partidos assumam o liberalismo econômico. É o partido de judeus, negros, da comunidade queer e da “diversidade”. É daí que veio o identitarismo brasileiro: direto da direita americana liberal. Por isso “leftist” nos Estados Unidos não tem, via de regra, nenhuma vinculação com ideias socialistas, mas com o identitarismo.

A esquerda americana é diminuta, quase inexistente, mas ela despreza tanto republicanos quanto democratas, assim como critica incansavelmente a geração “woke”.

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Arquivado em Causa Operária, Política