“Meu pai dizia: leia qualquer coisa, tudo que puder e sem preconceitos; até rótulo de shampoo. Sempre será um exercício com as palavras e como elas se encaixam nas linhas, nas frases e nos conceitos. Eu digo hoje: escreva qualquer coisa e divirta-se com o “lego das letras”. Dê voz à sua angústia; não é o mesmo que falar dela, mas permitir que ela fale por si. Escreva sempre, transforme sua fala em um discurso escrito e verá um novo tipo de expressão brotar com os signos que se formam à sua frente. É como ter um sonho na lembrança e trazê-lo à superfície da palavra: ao contá-lo ele se transmuta, ganha um novo corpo e passa a adquirir significados que não possuía quando ainda dormitava na matéria bruta do pensamento.”